Limpeza da casa: como aprendi a gostar

Triste pensamento de pouco tempo atrás: ” não aguento mais tanta bagunça e sujeira pra limpar. Parece que quanto mais arrumo, mais coisa pra arrumar aparece.” Alguém aí se identifica?

Dividindo a tarefa com os demais moradores da casa ou não, afinal cada família tem suas necessidades e não cabe a mim julgar, o fato é que não dá pra fugir da limpeza da casa e de colocá-la em ordem. Mesmo contando com a ajuda de profissionais da área, algumas MUITAS coisas sempre vão necessitar da nossa atenção e esforço.

Até hoje ainda rola uma certa preguicinha básica pra começar a por a mão no balde mas, muita coisa mudou desde que aprendi a encarar esse momento de limpeza e organização de uma forma diferente, como uma espécie de terapia e cuidado.

Se eu estivesse indo para uma consulta terapêutica ou momento de lazer, como me prepararia? Provavelmente tomaria um banho, pelo menos. Colocaria uma roupa apresentável, pentearia os cabelos…

Já para a limpeza a casa era sempre “deixa eu fazer isso logo e depois tomo banho”, era praticamente me preparar para a guerra e, nesse caso, quanto mais assustadora fosse a aparência, mais coerente com o momento seria. Cabelinho sujo e as piores roupas sempre!

Agora, pensem, pra quem isso é uma rotina, como é pra mim, ter que se preparar para a batalha todo santo dia é um tanto desgastante, não? Mas o que fazer então se não temos como evitar?

Como qualquer outra dificuldade da vida, muitas vezes não temos o que fazer pra mudar – a realidade está assim e pronto. Precisamos simplesmente mudar a forma de vê-la, caso esteja nos causando sofrimento.

Primeiro, comecei a enxergar com gratidão pela casa que me abrigava, por cada móvel, eletrônicos, roupas, utensílios e afins. Lembro da história de cada um, dos momentos legais que me proporcionaram.  Parece até bobagem, mas, faz tempo que não vejo coisas estragando ou quebrando em casa, o que costumava ocorrer com bem mais frequência.

Enquanto organizo as coisas relaxo meus pensamentos, ouço uma musiquinha e depois me sinto revigorada. Às vezes coloco algum podcast pra ouvir, palestras, mas tem dias mesmo que não quero nada, só o silêncio.

Uma coisa que percebi: muitas ideias e inspirações vem à minha cabeça nesse momento, ou então lembro de coisas importantes que estava esquecendo, ou mesmo soluções pra certos problemas ou dúvidas.

Depois de um tempo percebi que já tinha organizado gavetas, desentulhado a área de serviço (que também servia de quartinho da bagunça). Muitas daquelas coisas que ficam pra depois, passamos a fazer naturalmente, um pouco a cada dia, sem pressão, sem cobrança, curtindo a casa e o momento.

Depois, quando vemos a casa bonitinha e cheirosa, vem aquela sensação de dever cumprido tão gratificante, o que nos motiva a manter esse hábito mais feliz e sereno de enxergar as coisas, até que esta se torne a nossa única opção.

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